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Autores do Arcadismo

Cláudio Manoel da Costa

Também conhecido como o "guardador de rebanhos" Glauceste Satúrnio, seu pseudônimo, Cláudio Manoel da Costa (1729-1789) nasceu na cidade de Mariana, em Minas Gerais.

Estudou Direito em Coimbra, onde teve contato com as principais ideias do Iluminismo e, ao voltar para o Brasil, fundou da Arcádia Ultramarina em Vila Rica. Era um homem muito rico e de posses que influenciou a elite intelectual da época. Por ter participado da Inconfidência Mineira, foi preso e encontrado enforcado na cadeia em 1789.

Os temas iniciais de sua obra giram em torno das reflexões morais e das contradições da vida com forte inspiração nos modelos barrocos.


Cláudio Manoel da Costa, o poeta mineiro nascido em 1729, ilustrado por Newton Resende.

Posteriormente, dedicou-se à poesia bucólica e pastoril, na qual a natureza funciona como um refúgio para o poeta, que busca a vida longe da cidade e reflete o as angustias e o sofrimento amoroso com sua musa inacessível Nise. Estes poemas fazem parte do conjunto intitulado Obras (1768).

Cláudio Manoel da Costa também se dedicou à exaltação dos bandeirantes, fundadores de inúmeras cidades da região mineradora e desbravadores do interior do país e de contar a história da cidade de Ouro Preto no poemeto épico Vila Rica (1773).

Veja um exemplo de sua poesia bucólica:

Sonetos
X

Eu ponho esta sanfona, tu, Palemo, 
Porás a ovelha branca, e o cajado; 
E ambos ao som da flauta magoado 
Podemos competir de extremo a extremo.

Principia, pastor; que eu te não temo; 
Inda que sejas tão avantajado 
No cântico amebeu: para louvado 
Escolhamos embora o velho Alcemo.

Que esperas? Toma a flauta, principia; 
Eu quero acompanhar te; os horizontes 
Já se enchem de prazer, e de alegria:

Parece, que estes prados, e estas fontes 
Já sabem, que é o assunto da porfia 
Nise, a melhor pastora destes montes.

E de sua poesia épica:

Vila Rica
Canto VI

Levados de fervor, que o peito encerra 
Vês os Paulistas, animosa gente, 
Que ao Rei procuram do metal luzente 
Co'as próprias mãos enriquecer o erário. 
Arzão é este, é Este, o temerário, 
Que da Casca os sertões tentou primeiro: 
Vê qual despreza o nobre aventureiro, 
Os laços e as traições, que lhe prepara 
Do cruento gentio a fome avara.
Como referenciar: "Cláudio Manoel da Costa" em Só Literatura. Virtuous Tecnologia da Informação, 2007-2024. Consultado em 19/03/2024 às 00:59. Disponível na Internet em http://www.soliteratura.com.br/arcadismo/arcadismo02.php