Autores do Parnasianismo
Olavo Bilac
Olavo Bilac nasceu no Rio de Janeiro em 1865 e faleceu na mesma cidade em 1918.
Ao contrário dos poetas anteriores, que iniciaram sua vida literária ainda com produções românticas, Olavo Bilac já iniciou sua carreira seguindo os preceitos do Parnasianismo.
Influenciado por seu pai, militar que esteve na Guerra do Paraguai, desde cedo Bilac se interessou pelos ideais da República, sendo um dos autores do Hino à Bandeira.
Sua poesia é marcada pelo rigor com que trabalhou a linguagem e a forma de seus poemas. Assim como os demais parnasianos, mesmo sendo republicano, ignorou os acontecimentos sociais importantes de sua época, como a abolição da escravatura e a Primeira Guerra Mundial.
Apesar de figurar entre os poetas impassíveis do Parnasianismo, Bilac declarou certa vez:
Assim, Bilac justifica sua poesia rigorosa, porém, com ares sentimentalistas pertencentes ao livro “Via Láctea”. O Soneto XIII é um dos poemas mais famosos da literatura brasileira. Quem poderia pensar que um verdadeiro escultor e ourives da palavra seria o autor de um soneto tão sensível? Ou será que o que encontramos no soneto é um sentimentalismo artificial, fabricado e não genuíno?
Soneto XIII
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."