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Obras de José de Alencar (continuação)

Ubirajara (1874) - o terceiro romance de temática indianista do autor, importante por dar sequência aos romances anteriores, Ubirajara também é uma lenda transformada em romance por Alencar.

Logo no início, o autor faz uma advertência a seus leitores de que as informações que temos até hoje sobre os indígenas provinham ou dos jesuítas ou dos aventureiros que chegavam no novo continente e que, nem sempre, a linguagem utilizada para descrevê-los estava de acordo com os costumes dos indígenas.

Por isso, Alencar critica a visão destes primeiros viajantes e religiosos, pois davam ao indígena um caráter meramente bárbaro, sem levar em consideração o aspecto sentimental e cultural da vida dos nativos. Escreve Alencar:

As coisas mais poéticas, os traços mais generosos e cavaleirescos do caráter dos selvagens, os sentimentos mais nobres desses filhos da natureza são deturpados por uma linguagem imprópria, quando não acontece lançarem à conta dos indígenas as extravagâncias de uma imaginação desbragada.

Ubirajara também é considerado um texto "irmão" de Iracema, embora narre eventos acontecidos antes da vinda dos europeus para o Brasil. Logo, os conflitos acontecem entre os povos indígenas, sem a intervenção dos colonizadores.

Jaguarê, um jovem caçador, precisa combater um inimigo para conseguir o título de guerreiro. Porém, encontra Araci, índia tocantim e filha do chefe da tribo inimiga, que o convence a lutar contra índios de sua tribo para disputar seu amor.

O jovem índio luta contra o tocantim Pojucã e aprisiona-o com sua lança e deixa como esposa a jovem Jandira, que era sua noiva. A índia foge para a floresta. A partir de então, Jaguarê torna-se Ubirajara, o senhor da lança, e procura Araci para desposá-la. Compete novamente com demais pretendentes e ganha o direito de se unir com Araci.

Descobre-se que Pojucã e Araci são irmãos e o jovem índio o liberta de seu cativeiro para que lute ao lado de sua tribo em uma guerra imintente entre as duas tribos. Porém, Ubirajara consegue não apenas reconciliar as duas tribos mas, também, as une, em uma nova e grande tribo nomeada Ubirajara, em seu nome e, como prêmio, desposa as duas índias, Araci e Jandira.

Como referenciar: "Obras de José de Alencar - Ubirajara (1874)" em Só Literatura. Virtuous Tecnologia da Informação, 2007-2024. Consultado em 20/04/2024 às 08:54. Disponível na Internet em http://www.soliteratura.com.br/romantismo/romantismo17.php