Autores do Realismo
Raul Pompeia
Nasceu em Angra dos Reis (RJ) em 1863 e faleceu no Rio de Janeiro em 1895. Raul Pompeia é outro escritor importante da segunda metade do século XIX. Sua obra transita entre o Realismo e o Naturalismo.
No entanto, para fins didáticos, estudaremos sua obra como pertencente ao Realismo. Pompeia publicou quatro romances ao longo da vida, dos quais O Ateneu: crônica de saudades é o que recebe maior importância para o estudo da literatura brasileira.
Além da discussão acerca do movimento ao qual Raul Pompeia pertenceria, alguns críticos consideram O Ateneu como um romance à parte na literatura brasileira, sendo o único representante do "impressionismo" no Brasil.
Raul Pompeia
O Ateneu (1888)
Este romance, publicado em 1888, é um livro de memórias, narrado em primeira pessoa por Sérgio, que conta suas experiências no inernato Ateneu.
O romance é autobiográfico, revelando aspectos e críticas da infância do autor no Colégio Abílio. A crítica do narrador está, justamente, na estrutura educacional da instituição: arrancados da proteção da família, os garotos são jogados à própria sorte nas mãos de Aristarco, um diretor rígido, egocêntrico e ganancioso.
O colégio se torna um microcosmo cujas leis próprias colidem com as “leis da sobrevivência” daqueles meninos confinados sob o teto de uma educação rígida. O único consolo das crianças é sonhar com a bela D. Ema, esposa do Dr. Aristarco, que além de personificar a figura materna, é combustível para os pensamentos sexuais deles. Ao final do romance, um incêndio, causado pelo filho do diretor, põe fim ao colégio Ateneu.
Ilustração
presente em O Ateneu, feita pelo
próprio Raul Pompeia
O romance revela características naturalistas ao subjugar o personagem às regras “do meio” que frustra, intimida e coloca os internos em contato com a homossexualidade. Além disso, o colégio Ateneu pode ser entendido como uma alegoria à moral falida do sistema político e econômico da época: a monarquia decadente. O romance foi publicado às vésperas da Proclamação da República.
A Academia Brasileira de Letras (ABL)
Fachada do
Petit Trianon, sede da Academia desde
1923
No final do século
XIX, Afonso Celso Junior e Medeiros e Albuquerque - homens de letras -
acreditavam que o Brasil deveria ter uma Academia de Letras, nos mesmos
moldes da existente na França, com o intuito de cultivar e
promover a língua e a literatura portuguesa. Somada a alguns
escritores de renome, a ideia surge como uma instituição
privada e independente do Estado.
As sessões preparatórias que precederam a
fundação da Academia ocorreram na redação
da Revista Brasileira, no Rio de Janeiro, contando com a
presença de vários escritores, incluindo Machado de
Assis, que aceitou a presidência desde o início. Junto
dele, outros 39 escritores e homens de letras se juntaram naquela que
foi a primeira formação da Academia Brasileira de Letras.
A sessão inaugural ocorreu em 20 de julho de 1879.
Cada um dos 40 imortais escolheu um “patrono”, um escritor
já falecido, para dar nome à cadeira. Esta poderá
ser ocupada por qualquer cidadão brasileiro com obras publicadas
e cujo valor literário será analisado e votado pelos
membros da ABL. Uma vez agraciado com o título, o escritor passa
a ser um imortal da ABL, significando que sua posição na
Academia é vitalícia.