Simbolismo (continuação)
Contexto histórico
Ao final de 1880, o mundo ocidental passava por transformações culturais, sociais e políticas. A França, como centro transmissor de cultura, é derrotada na guerra contra a Alemanha. A derrota compromete um universo de ideias e concepções. As proposições científicas e o predomínio da razão sobre os sentimentos passam por uma revisão.
Como resultado, a arte tende ao abandono da objetividade e retoma as posições de ordem subjetiva do Romantismo. Os anseios, as aspirações individuais e coletivas, difundidas através de várias gerações.
Na Europa, o Simbolismo representou a oposição à valorização do material, ao imperialismo econômico, que até então triunfava, voltando-se ao mundo interior. No Brasil, a mudança ocorreu entre os anos de 1893 e 1895, quando o país passava por guerras civis (Revolta Armada 1893 e Revolta Federalista 1893-95) e enfrentava um ambiente de mudanças econômicas e sociais com o processo de República instaurado no país.
Contexto cultural no Brasil
O Simbolismo no Brasil é um movimento que acontece à margem do sistema cultural dominante. Seu desenvolvimento ocorre no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná.
Os poetas brasileiros que a princípio adotaram as ideias de Baudelaire, Verlaine e Mallarmé tornaram-se alvos de zombarias e de desprezo, passando a ser chamados de decadentes ou nefelibatas, pois a maioria dos críticos não os compreendia e o leitor mostrava-se indiferente e hostil diante daquela linguagem poética complicada e pretensiosa. Após o manifesto de Jean Moréas, em 1886, o termo Simbolismo foi consagrado para designar a nova escola.
Publicação no jornal francês Le Figaro do manifesto de Jean Moréas
Os primeiros registros foram feitos por Medeiros e Albuquerque a partir de 1890. No entanto, os textos que realmente dão início ao Simbolismo no Brasil pertencem a Cruz e Sousa, com as publicações de Missal (poemas em prosa) e Broquéis (poemas em versos) no ano de 1893.
Missal e Broquéis