Autores modernistas da segunda fase (continuação)
José Lins do Rego
José Lins do Rego nasceu no município de Pilar, estado da Paraíba, no ano de 1901. Foi romancista, cronista e ensaísta.
Foi criado por avós maternos no engenho Corredor. Estudou em Itabaiana e na Paraíba (atual João Pessoa), e se formou em Direito no Recife no ano de 1918.
Ocupou o cargo de promotor público em Manhaçu (MG). Desde a sua juventude publicava artigos em suplementos literários, passando após algum tempo a escrever romances.
José Lins do Rego, Pilar (Paraíba) – 1901-1957
No ano de 1932, publicou com recursos prórpios seu primeiro livro, Menino de Engenho, que atingiu grande repercussão e abriu caminho para uma série de obras de grande importância na literatura brasileira.
Obra Menino de Engenho.
No ano de 1935, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde viveu até o fim da sua vida. Em 15 de setembro de 1955, foi eleito como membro da Academia Brasileira de Letras, como o quarto ocupante da Cadeira 25.
José Lins do Rego (à direita) e Manuel Bandeira
José Lins do Rego faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 12 de setembro de 1957.
Principais obras
Romance: Menino de Engenho (1932); Doidinho (1933); Bangüê (1934); O Moleque Ricardo (1935); Usina (1936); Pureza (1937); Pedra Bonita (1938); Riacho Doce (1939); Água-mãe (1941); Fogo Morto (1943); Eurídice (1947); Cangaceiros (1953).
Obra Doidinho
Memórias: Meus Verdes Anos (1953).
Obra Meus Verdes Anos
Literatura Infantil: Histórias da Velha Totonha (1936).
Obra Histórias da Velha Totonha
Crônicas: Gordos e Magros (1942); Poesia e Vida (1945); Homens, Seres e Coisas (1952); A Casa e o Homem (1954); Presença do Nordeste na Literatura Brasileira (1957); O Vulcão e a Fonte (1958); Dias Idos e Vividos (1981).
Obra Gordos e Magros.
Vale a pena saber mais:
As obras de José Lins do Rego são consideradas um dos destaques do romance regional nordestino, fixando tipos e costumes da região. O autor não se aprofunda na análise psicológica de seus personagens, no entanto são incomuns, fortes e reais. Seus textos exaltam os sentimentos pessoais, fazendo uso de uma linguagem cheia de vocábulos regionais. Suas narrativas apresentam forte inspiração na literatura de cordel, dando ênfase à oralidade.
Nas obras Menino do engenho (1932), Doidinho (1933), Banguê (1934), Moleque Ricardo (1935), Usina (1936), e Fogo morto (1943), o autor retrata a decadência dos engenhos de açúcar, sufocados pelas poderosas usinas. Em Pureza (1937), Pedra bonita (1938), Riacho doce (1939) e Cangaceiros (1953), José Lins do Rego traz elementos do ciclo do cangaço, misticismo e seca.
Dentre as obras, Fogo morto é considerada a mais significativa. Observe este fragmento:
- Coronel, eu me retiro. Aqui eu não vim com o intento de roubar ninguém. Vim pedir. O velho negou o corpo.
- Pois eu lhe agradeço, capitão.
A noite já ia alta. Os cangaceiros se alinhavam na porta. Vitorino, quase que se arrastando, chegou-se para o chefe e lhe disse:
- capitão Antônio Silvino, o senhor sempre foi da estima do povo, mas deste jeito se desgraça, atacar um engenho como este do coronel Lula, é o mesmo que dar surra em cego.
- Cala a boca, velho.
[...]
José Lins do Rego é reconhecido como grande escritor regionalista e seus romances foram traduzidos na Alemanha, Argentina, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Portugal e Coréia.
José Lins do Rego